CONTATO

Contato, 2018 Site-Specific em gesso na reserva Adolph Duke na Floresta Amazônica

Contato, 2018
Site-Specific em gesso na reserva Adolph Duke na Floresta Amazônica

Essa série foi iniciada durante a  residência artística LabVerde na floresta Amazônica em 2018 e faz referência à Terra Preta de Índio, vestígio do uso racional do solo encontrada em toda a Amazônia. Em forma de manchas de camada superficial bastante espessa e de coloração preta ou marrom escuras que geralmente recobrem solos amarelados e avermelhados, predominantes na região. 

Os arqueólogos nos informam que as manchas de Terra Preta de Índio são próprias de assentamentos indígenas antigos. Os povos nativos criaram esse solo durante milhares de anos, espontaneamente, com a queima de resíduos de suas comunidades. O lixo orgânico, composto de folhas, galhos, restos de comida, espinhas de peixe, ossos de bichos, cinzas, carvão e cacos de cerâmica eram queimados e se acumulavam atrás das malocas nos assentamentos indígenas, se transformando em um solo com elevado nível de fertilidade, o que não é característico do solo da região, normalmente pouco fértil.

Essa pesquisa busca falar dessa fertilidade decorrente de uma convivência harmonica entre ser humano e natureza. Inicia-se assim exercícios experimentais de texturas de árvores na pele, contato corpo/tronco. Na reserva Adolph Duke é deixado um trabalho site-specific da memória de de um corpo tentando acompanhar o abraço de um cipó em uma árvore. 
A partir dessa experiência in loco, o trabalho em ateliê continua a busca por gestos onde o corpo se dobra às formas da natureza, esculturas-conchas onde não existe um ou outro, dentro ou fora. Formas que são o ponto de contato mulher e planta. 

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Gestos da série Contato, 2018 Gestos de uma mão fazendo contato com folhas e árvores em gesso

Gestos da série Contato, 2018
Gestos de uma mão fazendo contato com folhas e árvores em gesso

Gestos da série Contato, 2018
Suporte em madeira com 1,90 x 50cm, terra e 07 peças em gesso de dimensões variáveis - parte da exposição coletiva ‘Como Falar com as Árvores’ na Z42 no Rio de Janeiro, 2019